A gravata é uma peça básica do vestuário masculino. Teve origem no lenço para o pescoço, cuja função era proteger do frio. Ao longo dos séculos, a gravata foi se tornando num adorno cujo objetivo era ser combinado com o vestuário de estilo algo uniforme do homem ocidental. Ainda hoje, a gravata faz parte integrante de um fato completo, podendo apenas ser variada em termos de cor, feitio, padrão e tecido, enquanto que outros tipos de adorno para o pescoço não são adequadosa todas as situações, nem ficam bem a qualquer homem.
A gravata é uma das poucas peças de vestuário cuja função principal não é a proteção contra o frio e outras interpéries. Por conseguinte, é um acessório que existe há relativamente pouco tempo. Na China e na Roma antigas, usava-se um lenço para proteger o pescoço contra o frio. Na Europa, a história do lenço tipo gravata começou provavelmente durante o Império Romano. Há mais de 2000 anos, os soldados romanos usavam um "focale", um lenço que costumavam molhar quando havia calor e que usavam para refrescar a zona do pescoço. Hoje em dia, existe um sucessor do "focale", o plastrão, um lenço de seda que é fixado com um alfinete e que é usado sobretudo em Itália em ocasiões festivas.
No entanto, a verdadeira história da gravata começa somente no momento em que a sua função protetora cede o lugar à função decorativa. É, no entanto, difícildatar este momento. Segundo uma das versões existentes, conta-se que em 1660 teriam aparecido em França mercenários croatas ao serviço da Áustria, que usavam lenços de linho ou musselina à volta do pescoço. As pontas dos lenços ou formavam uma pequena roseta ou então eram adornadas com borlas. Os franceses chamaram esses lenços de "croates", palavra esta que sofreu uma evolução linguistica transformando-se em "cravates". Outros historiadores da moda discordam desta teoria, chamando atenção para o fato de o termo já existir no século XVI, e de, por exemplo, o artista italiano Cesare Vecellio designar, em 1590, o "focale" romano como "cravata". Seja como for, a gravata tornou-se um acessório muito popular em França no século de Luís XIV, sendo confeccionada tanto em tecidos simples como em renda, sendo esta enroladaà volta do pescoço com maior dificuldade.
A revolução Francesa pôs um fim temporário ao uso da gravata, pois não só bania o uso de calças até aos joelhos ("Sans-cullottes"), como também libertou o pescoço do nó apertado das gravatas. Mas pouco tempo depois, por volta de 1800, o dandy Beau Brummel, que mandava engomar as suas gravatas, introduzia esta peça de vestuário em Londres. A partir dessa altura, a gravata deve ter conhecido um sucesso quase arrebatador, pois, algum tempo mais tarde, o escritor francês Honoré de Balzac escreveria a seguinte frase sobre a "disparatada" moda das gravatas: "Alguns envolvem o pescoço em grandes pedaços de musselina, outros tapam-no com almofadas pespontadas, sobre as quais, ainda por cima, aplicam alguns lenços de bolso".
Só no século XIX é que a gravata tomou a forma que lhe conhecemos hoje: desde os anos 40 desse século começara a dobrar-se o colarinho sobre a gravata, o que levou a uma simplificação do feitio da mesma. Mais tarde, nos anos 60 deixou de se usar o laço, fazendo-se em vez disso, um nó na gravata.
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